*Leon
Bevilaqua
Juscelino Kubtschek, presidente do
Brasil entre 1956 e 1961, em junho de 1959, rompeu com o FMI. Ele estava
irritado, acreditando na existência de um conluio para paralisar em definitivo
a construção de Brasília. Seu ministro Lucas Lopes, um americanófilo, apoiado
pelo nada nacionalista Roberto Campos, disse-lhe para suspender as obras.
Indignado, Juscelino aproximou-se dos economistas estruturalistas, que
consideravam a tutela do FMI um empecilho para o desenvolvimento da América
Latina. Ambos os conselheiros liberais foram demitidos por JK.
Notas:
1) Quando
o udenista Adauto Lúcio Cardoso perguntou ao líder Carlos Lacerda se a capital
ia mesmo mudar, ouviu: “vai nada, Juscelino não é de nada. Isso vai é
desmoralizá-lo, porque ele não dará conta”. Provocação e desafio.
Brasília, depois dessa, além de prioridade era questão de honra para JK. Adauto Lúcio Cardoso e
Lacerda participaram ativamente do movimento golpista que depôs o presidente
João Goulart, em março de 1964.
2) Lucas Lopes e Roberto Campos foram
agentes do liberalismo em sua luta contra o nacional-desenvolvimentismo que
caracterizou a ação do Estado Brasileiro.
3) Lucas Lopes conspirou contra o governo
de João Goulart em 1964, situando-se entre os que após tentarem conquistar o
Estado pelas vias legais, optaram pela via golpista como meio de chegar ao
poder e concretizar suas ideias.
4)
Carlos Lacerda foi jornalista e orador
brilhante do século XX brasileiro. Entre boa parte dos
intelectuais brasileiros da atualidade, inclusive Saul Leblon, na revista Carta
Capital, estabeleceu-se um consenso: Carlos Lacerda, hoje, é
amplamente desprezado pela História como alguém que usou o jornalismo e a
política para favorecer poderosos inimigos do povo, inclusive estrangeiros. Não
hesitou em perseguir de forma cruel, até a morte, Getúlio Vargas, tendo
perturbado enormemente os governos de Juscelino e João Goulart. Tentou perturbar também
o regime militar instalado em 1964, mas foi contido com a cassação de seus
direitos políticos em 1968. Não há quem queira ser
tido pela posteridade como um vendido, um homem vil como Carlos Lacerda.
5) Trecho de um depoimento de Juscelino a respeito do rompimento que fez com o FMI: " Cada dia, crescia a intransigência dos técnicos daquele órgão. Não havia contraproposta que os satisfizesse. Em princípio de junho de 1959, veio o desfecho. Decidi romper com o Fundo e prosseguir, sem nenhum auxílio exterior, no meu programa de desenvolvimento. Logo a revista Time surgiu em campo, antegozando as dificuldades que o Brasil iria enfrentar: ' o Presidente do Brasil está num beco sem saída'. Essa era a manchete, característica da tradicional falta de acuidade política dos norte-americanos. Num beco sem saída, estaria sim, se me houvesse submetido às imposições do Fundo; pois teria que abrir mão do programa de metas; deixaria o povo passando fome; não construiria Brasília; nem realizaria a industrialização do país".
Obs.: Este texto foi citado por Hélio Silva, em seu livro sobre o Presidente Juscelino, editado pela Editora Três.
5) Trecho de um depoimento de Juscelino a respeito do rompimento que fez com o FMI: " Cada dia, crescia a intransigência dos técnicos daquele órgão. Não havia contraproposta que os satisfizesse. Em princípio de junho de 1959, veio o desfecho. Decidi romper com o Fundo e prosseguir, sem nenhum auxílio exterior, no meu programa de desenvolvimento. Logo a revista Time surgiu em campo, antegozando as dificuldades que o Brasil iria enfrentar: ' o Presidente do Brasil está num beco sem saída'. Essa era a manchete, característica da tradicional falta de acuidade política dos norte-americanos. Num beco sem saída, estaria sim, se me houvesse submetido às imposições do Fundo; pois teria que abrir mão do programa de metas; deixaria o povo passando fome; não construiria Brasília; nem realizaria a industrialização do país".
Obs.: Este texto foi citado por Hélio Silva, em seu livro sobre o Presidente Juscelino, editado pela Editora Três.
6) Em dezembro de 2013, a Comissão da
verdade paulista concluiu que Juscelino foi assassinado por razões políticas em
22 de agosto de 1976 (ver link: http://www.redebrasilatual.com.br/cidadania/2013/12/juscelino-kubitschek-foi-assassinado-conclui-comissao-da-verdade-de-sao-paulo-7241.html). Existe documentação
coletada por aquela comissão com indício de que o ex presidente foi alvo de uma
conspiração, e não morto em um acidente de carro. O motorista de
Juscelino, Geraldo Ribeiro, teria levado um tiro na cabeça e, por esse motivo,
perdido o controle da direção de um carro opala e batido em um veículo de
carga, matando Juscelino. Isso teria ocorrido na via Dutra, na altura da cidade
de Resende, no Rio de Janeiro. O crime teria ocorrido
durante o governo do presidente Geisel e, segundo a comissão, os indícios
apontam que os mandantes do crime foram os generais Golbery do Couto e Silva –
então ministro da casa civil da presidência da república, e João Batista
Figueiredo, que na época comandava o Serviço Nacional de Informações, tendo
sido ele nomeado como último presidente militar do país dois anos depois.
Um comentário:
Olá, Leon!
Se lhe serve de estímulo, continue escrevendo. BJ Laurita
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